Alentejo
"Vai uma festa em casa.
E agora a chama doira de glória o corpo do imolado.
Matou-se o porco. É bem singelo o drama, mas como o ser nos freme alvoraçado"
António Sardinha
Hoje, deixo-vos aqui a célebre "Carne de Porco à Alentejana", muito tarde, eu sei, mas hoje, deu-me para isto, só me apetece "CEAR"
Carne de Porco com Amêijoas
Ingredientes:
Para 4 pessoas
Confecção:
Pisam-se os dentes de alho num almofariz com sal grosso. O sal deverá ser só para facilitar, chegar-se a uma papa de alho, pois o pimentão já tem sal. Esfrega-se a carne primeiramente com a papa de alho e depois com a massa de pimentão. Deixa-se ficar assim de um dia para o outro, ou melhor, durante 24 horas.
Próximo da altura de servir, corta-se o carne em cubos em regulares e leva-se a fritar em banha, num tacho de barro.
Entretanto, tem-se as amêijoas muito bem lavadas, para retirar toda a areia. Na altura de servir, juntam-se as amêijoas, deixando-as abrir rapidamente sobre lume forte e servindo-as imediatamente para não secarem.
Polvilha-se com salsa picada e usam-se gomos de limão, para temperar as ameijoas.
Bom apetite e que durmam bem!!!
Falta-lhe a salsa picada, mas foram agora buscá-la ao quintal!!!
Dia de Anos
João de Deus | |
Com que então caiu na asneira De fazer na quarta-feira Sessenta e três anos! Que tolo! Ainda se os desfizesse... Mas fazê-los não parece De quem tem muito miolo! Não sei quem foi que me disse Que fez a mesma tolice Aqui o ano passado... Agora o que vem, aposto, Como lhe tomou o gosto, Que faz o mesmo? Coitado! Não faça tal: porque os anos Que nos trazem? Desenganos Que fazem a gente velho: Faça outra coisa: que em suma Não fazer coisa nenhuma, Também lhe não aconselho. Mas anos, não caia nessa! Olhe que a gente começa Às vezes por brincadeira, Mas depois se se habitua, Já não tem vontade sua, E fá-los queira ou não queira! |
Hoje, apeteceu-me.
Que me desculpe o João de Deus, pelas alterações que fiz, mas o original não estava certo com a realidade e hoje o que mais necessitamos, é de VERDADE!!!
É hoje que OBAMA, toma posse.
Uma posse cheia de dificuldades e de engulhos que, faço votos, ele os consiga ultrapassar.
Como não poderia deixar de ser vou assinalar, na "SESTA" , a posse do primeiro" Afro-Americano", como comandante da maior nação do mundo.
Faço-o, no entanto, destacando o papel da mulher, sua companheira, MICHELLE OBAMA!, aqui bem expresso, neste vídeo.
Acabo de saber que o João Aguardela, um dos mais profícuos músicos do panorama nacional, nos deixou.
A minha singela homenagem.
Tal como com o "TIM TIM", chegou agora o "POPEYE", também à bonita idade de oitenta anos, foi ontem, 17 de Janeiro.
Para saber mais, ver: AQUI
Foi no Brasil, mas por cá passa-se o mesmo.
Acabo de saber que o "motard" português, Helder Rodrigues, acaba de sair vencedor da última etepa deste mítico Rally.
Por este motivo, garantiu um honroso 5º lugar na classificação geral das motos, um feito ainda maior, se nos recordarmos que, Helder, foi vítima, há dois anos, de um gravíssimo acidente, também em terras do continente Sul-Americano.
Daqui da "Sesta", uma saudação, muito especial a este algarvio, que tudo soube superar, para alcançar esta classificação, de imenso relevo.
Apareceu no Pópulo, e não me coíbo de ser repetitivo ao reproduzi-lo aqui, na minha casa.
Não acreditam? Parece que a origem é polaca, será?
Vejam AQUI , por favor e, mais uma vez, os meus agradecimentos à Emiele.
Porque gosto muito e assim o entendo, vou-me repetir, com outro vídeo, evidentemente.
Neste preciso momento, em que os canhões e as bombas, não deixam de matar GENTE, não podia agir de outra forma.
A minha inteira solidariedade com os que sofrem!
Escutar o poema (clique aqui e aguarde)
CARTA A MEUS FILHOS SOBRE OS FUZILAMENTOS DE GOYA
Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso.
É possível, porque tudo é possível, que ele seja
aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo,
onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém
de nada haver que não seja simples e natural.
Um mundo em que tudo seja permitido,
conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer,
o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós.
E é possível que não seja isto, nem seja sequer isto
o que vos interesse para viver. Tudo é possível,
ainda quando lutemos, como devemos lutar,
por quanto nos pareça a liberdade e a justiça,
ou mais que qualquer delas uma fiel
dedicação à honra de estar vivo.
Um dia sabereis que mais que a humanidade
não tem conta o número dos que pensaram assim,
amaram o seu semelhante no que ele tinha de único,
de insólito, de livre, de diferente,
e foram sacrificados, torturados, espancados,
e entregues hipocritamente à secular justiça,
para que os liquidasse «com suma piedade e sem efusão de sangue.»
Por serem fiéis a um deus, a um pensamento,
a uma pátria, uma esperança, ou muito apenas
à fome irrespondível que lhes roía as entranhas,
foram estripados, esfolados, queimados, gaseados,
e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto haviam vivido,
ou as suas cinzas dispersas para que delas não restasse memória.
Às vezes, por serem de uma raça, outras
por serem de urna classe, expiaram todos
os erros que não tinham cometido ou não tinham consciência
de haver cometido. Mas também aconteceu
e acontece que não foram mortos.
Houve sempre infinitas maneiras de prevalecer,
aniquilando mansamente, delicadamente,
por ínvios caminhos quais se diz que são ínvios os de Deus.
Estes fuzilamentos, este heroísmo, este horror,
foi uma coisa, entre mil, acontecida em Espanha
há mais de um século e que por violenta e injusta
ofendeu o coração de um pintor chamado Goya,
que tinha um coração muito grande, cheio de fúria
e de amor. Mas isto nada é, meus filhos.
Apenas um episódio, um episódio breve,
nesta cadeia de que sois um elo (ou não sereis)
de ferro e de suor e sangue e algum sémen
a caminho do mundo que vos sonho.
Acreditai que nenhum mundo, que nada nem ninguém
vale mais que uma vida ou a alegria de té-la.
É isto o que mais importa - essa alegria.
Acreditai que a dignidade em que hão-de falar-vos tanto
não é senão essa alegria que vem
de estar-se vivo e sabendo que nenhuma vez alguém
está menos vivo ou sofre ou morre
para que um só de vós resista um pouco mais
à morte que é de todos e virá.
Que tudo isto sabereis serenamente,
sem culpas a ninguém, sem terror, sem ambição,
e sobretudo sem desapego ou indiferença,
ardentemente espero. Tanto sangue,
tanta dor, tanta angústia, um dia
- mesmo que o tédio de um mundo feliz vos persiga -
não hão-de ser em vão. Confesso que
muitas vezes, pensando no horror de tantos séculos
de opressão e crueldade, hesito por momentos
e uma amargura me submerge inconsolável.
Serão ou não em vão? Mas, mesmo que o não sejam,
quem ressuscita esses milhões, quem restitui
não só a vida, mas tudo o que lhes foi tirado?
Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes
aquele instante que não viveram, aquele objecto
que não fruíram, aquele gesto
de amor, que fariam «amanhã».
E, por isso, o mesmo mundo que criemos
nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa
que não é só nossa, que nos é cedida
para a guardarmos respeitosamente
em memória do sangue que nos corre nas veias,
da nossa carne que foi outra, do amor que
outros não amaram porque lho roubaram.
Jorge de Sena
Dito por Mário Viegas
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