Sábado, 15 de Julho de 2006
Não à meio de deixar de aparecer, em tudo o que é orgão de informação, esta nomenclatura.
Morrer é deixar de viver, acrescentar "doença prolongada" ou "doença súbita", são artifÃcios que não colhem.
Falo por mim, não tenho procuração de ninguém, eu, tenho um cancro e tudo faço por o combater, não acho que a minha luta seja inglória, antes pelo contrário, é uma luta titânica, sem desfalecimentos e sem artifÃcios.
Não gosto de ver e de ouvir: "Fulano, morreu de doença prolongada", chamemos os bois pelos nomes, não tenhamos medo de assumir o nome de uma doença, cada vez mais comum, nos dias que passam.
Quando, eu morrer, não tenham problemas, digam por que foi, com os nomes todos.
Estaremos verdadeiramente a prestar um bom serviço à humanidade, e a dessacralizar uma doença que, como já afirmei, é cada vez mais comum e se apresenta das mais variadas formas e incidências.
De
Emiéle a 17 de Julho de 2006 às 17:38
Mas neste altura é realmente um eufemismo que nem chega a ser, porque só existe uma "doença prolongada" com esse significado. Também me irrita mas imagino que seja o que diz a Saltapocinhas - quando se não diz é como se não existisse... uma espécie de magia. Contudo, repara que hoje, a "doença prolongada" mis prolongada e mais fatal, a SIDA, também não se chama pelo nome. Essa nem nome tem! Fica nos subentendidos.
Que raio de reacções idiotas.
(directamente para ti - já me tinhas dado um lamiré e a Isabel também; eu tenho uma grande amiga, que passou pelo mesmo vai fazer agora...10 ou 15 anos já lhes perdi a conta! Está normalÃssima. Tem cuidado, é claro, mas passa muito bem)
Raposinha, é um grande estÃmulo ler as tuas palavras.
Neste momento, estou com a minha situação controlada e tenho esperanças de não a descontrolar, tão cedo. Não quis foi deixar de dizer o que entendo sobre o assunto, porque não entendo o esconder, o coitadinho, não, isso nunca.
Tudo bem, quanto aos Açores e até quanto a Aveiro, por causa dos OVOS MOLES, e tu sabes como as raposas são gulosas.
De saltapocinhas a 16 de Julho de 2006 às 15:30
Temos medo de dizer o nome de coisas más, com medo de atrair.
Quando era miuda a minha mãe não me deixava dizer "diabo" vá lá saber-se porquê!! E não me deixava cantar a canção do Roberto Carlos, aquela do inferno, por isso agora vou vingar-me comprando o CD dos GNR!!
Mas também detesto esses eufemismos...
Não sabia que estavas doente, espero que venças tu, sei que vais vencer tu...Todos os dias há boas noticias em relação a novos tratamentos, felizmente nem tudo é mau neste mundo!!
Alé disso prometeste-me guarida nos açores, não podes falhar!!
De
andré a 15 de Julho de 2006 às 22:21
Tens razão, também não compreendo o porquê de não se assumir o nome da doença.
Ainda por cima, sabendo nós que podemos vir a ser contemplados e que só desmistificando e atacando o mais cedo possÃvel se pode esperar, senão a cura, pelo menos uma sobrevida com alguma qualidade.
Força pela coragem.
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