Para ver, ouvir, reflectir e divulgar!!!
Para ouvirem e meditarem.
Estamos nessa!!!
Assim, sem mais, um poema erótico de: - Carlos Drummond de Andrade
Amor é bicho instruído
Amor é bicho instruído
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Foto: Divulgação
Oswaldo Viveiros Montenegro nasceu no Rio de Janeiro RJ em 15 de Março de 1956. Mudou-se aos sete anos de idade para São João del Rei MG, onde, ouvindo os seresteiros locais, teve um contato mais próximo com a música. Nessa época, ganhou seu primeiro violão e compôs sua primeira musica, Lenheiro. Aos nove anos voltou para o Rio de Janeiro, e em 1970 mudou-se para Brasília DF, onde começou a participar de festivais universitários de música.
O meu amigo e irmão, "zegarr", mandou-me este poema/reflexão, que não pude deixar de publicar.
Ele vem, sem dúvida, enriquecer a minha "cesta de poesias".
"Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi."
Mário de Andrade
Mário Raul de Morais Andrade (1893 - 1945) foi um poeta, romancista, crítico de arte, musicólogo e ensaísta brasileiro. Foi um dos criadores do modernismo no Brasil.
Nascido em São Paulo, em meios aristocráticos, foi na música que Mário de Andrade começou a sua carreira artistica, formando-se em Música no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, onde seria professor de História de Música.
O seu contato com a literatura começou cedo, em críticas escritas para jornais e revistas. Publicou o primeiro livro assinado com o pseudônimo Mário Sobral: "Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema" (1917).
Junto com Oswald e outros intelectuais, Mário ajudou a preparar a Semana de Arte Moderna de 1922, onde ganhou notoriedade. Respirou como ninguém os ares do novo movimento, vindo a publicar Paulicéia Desvairada (1922), o primeiro livro de poesias do Modernismo.
"Amar, Verbo Intransitivo" (1927), foi o seu primeiro romance.
O valioso tempo dos maduros
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!
As "Cestas de Poesia" desta semana, vira-se para a poesia "Popular" e, por isso vos deixo não um, mas dois exemplos para se divertirem.
Depois deste exemplo, agora um outro, muito mais próximo.
Assim, sem mais, respiguei do Diário de Notícias - Artes e fiquei como que sem folego para dizer mais qualquer coisa. Limitei-me a fazer "copy paste" da notícia, com um cumprimento especial ao DN.
<input ... >
A notícia foi avançada pela Antena 2, depois de a pianista ter revelado ao jornalista Paulo Alves Guerra a intenção de se tornar uma cidadã brasileira.
A mais internacional e premiada pianista portuguesa quer renunciar à nacionalidade devido aos "coices e pontapés que tem recebido do Governo português".
A decisão da artista de 65 anos, instalada em Salvador da Baía, no Brasil - onde tem autorização de residência - foi motivada pelos problemas de apoios e financiamentos ao projecto educativo que fundara em Belgais, Castelo Branco. A filha de Maria João Pires, Joana Pires, que preside neste momento à associação, deverá manter o espaço, ainda grande parte dos materiais tenham sido arrestados no passado mês de Junho por ordem judicial.
Já em 2006, Maria João Pires dizia ser "vítima de uma verdadeira tortura" e anunciava a partida para o Brasil, onde iria "respirar" e salvar-se "dos malefícios" que Portugal lhe estava a fazer. "Sofri fisicamente todos aqueles anos em que me dediquei ao projecto e tentei fazer tudo, e não consegui... no fundo, não consegui mais do que um começo", lamentou na altura."
Gostava que o Ministro da Cultura, dissesse qualquer coisa, sobre este assunto!!!
Poesia Matemática
Millôr Fernandes
Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.
Texto extraído do livro "Tempo e Contratempo", Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1954, pág. sem número, publicado com o pseudônimo de Vão Gogo
NOTA : Para saber mais sobre o autor, ver aqui.
Torna-se-me difícil, nos tempos que correm , escolher notícias que se ma revelem de tão grande interesse e importância, que mereçam relevância.
Hoje, contudo, uma merece-me esta referência, está aqui. Edgar Rodrigues, um nome e uma vida a investigar.
Hoje a música é outra.
É uma onda de ternura imensa e devo realçar que foi uma benção especial que me foi enviada por uma amiga que não esqueço, a Teresa Colaço. Para ela os meus agradecimentos.
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. QUANDO TEREMOS POR CÁ UM ...