Pé ante pé, Lídia Jorge, vai construíndo o seu universo, assente na seriedade e qualidade da obra, que nos vai deixando.
Hoje, chega-nos ao conhecimento a atribuição de mais um prémio literário, mas este, muito particularmente, este tem o condão de ser atribuído, porque ela, resolveu escrever sobre o mais profundo de si, o que obteve este, agradável reconhecimento, que nos enche de orgulho e que nos remete para a leitura de uma obra, que os média não têm promovido. Coisas...
Pois não, mas é a recordação, de um grande pensador português, que por motivos vários tem sido esquecido ou, diria melhor, marginalizado, da cena portuguesa.
Deixo-vos com um antigo professor do "Liceu de Évora".
A história que vos proponho, acabei há pouco de a ler etem como intervenientes estes três, imensos, escritores sul-americanos. São eles, Gabriel Garcia Marquez, Júlio Cortazar e Carlos Fuentes, mas, é melhor lerem a notícia.
Literatura: Julio Cortázar, Gabriel García Marquez e Carlos Fuentes viveram "noite irrepetível" em 1968
25 de Setembro de 2008, 17:29
Cidade do México, 25 Set (Lusa) - O medo de viajar de avião proporcionou aos escritores latino-americanos Julio Cortázar, Gabriel García Márquez e Carlos Fuentes viverem em 1968 uma "noite irrepetível" durante uma viagem de comboio que fizeram juntos na Europa central.
A revelação foi feita por García Márquez no prólogo a um livro recentemente publicado pelo Fundo de Cultura Económico (FCE).
Conta o autor de "Cem anos de solidão" que o trajecto Paris-Praga se converteu numa enorme prazer graças a Cortázar, que, a uma pergunta "casual" de Fuentes, respondeu com uma "cátedra deslumbrante" que durou várias horas.
"Viajávamos de comboio, desde Paris (até Praga), porque os três éramos solidários no nosso medo ao avião", recorda "Gabo".
Nessa viagem, que os fez atravessar a então dividida Alemanha, chegou um momento em que os três já tinham "falado de tudo". Foi então que Carlos Fuentes quis saber - e perguntou-o a Cortázar - "em que momento e por iniciativa de quem se tinha introduzido o piano na orquestra de jazz".
"A pergunta - assinala 'Gabo' - era casual e [Fuentes] não pretendia saber mais do que uma data e um nome, mas a resposta foi uma cátedra deslumbrante que se prolongou até ao amanhecer, entre enormes copos de cerveja e salsichas com papas geladas".
"Cortázar, que sabia medir muito bem as suas palavras - lembra o Nobel colombiano -, fez-nos uma resenha histórica e estética com um conhecimento de causa e uma simplicidade incríveis, que culminou às primeiras luzes do dia numa apologia homérica de Thelonius Monk" ((1917-1982), o célebre pianista e compositor de jazz norte-americano.
Cortázar - conta ainda o escritor - "falava, não apenas com uma profunda voz de órgão de 'erres' (R) arrastados, mas também com as suas mãos de ossos grandes, como não recordo outras mais expressivas".
O prólogo de García Márquez vem publicado na obra do mexicano Ignacio Solares intitulada "Imagen de Julio Cortázar", que reúne entrevistas, cartas e testemunhos de escritores e críticos sobre o autor de "Rayuela".
Dias de Melo, escritor, natural da Calheta do Nesquim, Alto da Rocha do Canto da Baía, Ilha do Pico, partiu aos 83 anos de idade,
Ainda, há poucos meses, estive com ele na homenagem que o governo da região, atempadamente, lhe prestou e dias depois fui encontra-lo, de novo, em Lagoa, S. Miguel, quando dos encontros da Lusofonia. Estava já bastante debilitado mas, ainda com força para autografar a reedição de parte da sua obra
.
Hoje, dando a volta a algumas das suas obras, deparou-se-me uma primeira edição de, "Cidade Cinzenta", datada de 1971 e editada, pelo autor com composição e impressão nas oficinas gráficas da Papelaria da Matriz - Ponta Delgada e inserida na colecção Gávea Glacial.
É dessa obra que retiro esta dedicatória que, segundo a minha opinião, demosntra bem o carácter do Autor.
"À TIA MARIA HERMÍNIA ÁVILA
Os serões eram longos. Da tulípa do tecto, a luz caía sobre a mesa redonda. Sentada à roda da mesa, tu lias, eu escutava o que tu lias. Lias Eça, Camilo, Junqueiro, Antero, Ferreira de Castro, Zola, Victor Hugo, Martin du Gard, Blasco, Tolstoi, os nossos Florêncio Terra, Nunes de Rosa, ainda vivos, Bernardo Maciel, ainda por publicar. E mais, e mais... Lias , explicavas, querias que eu discutisse contigo de igual para igual. E falavas de tanta coisa!
Outra me incutira o gosto pela Literatura — ou começara a cultivar em mim, esse gosto que nascera comigo. Tu — davas-me consciência, ensinavas-me a pensar, formavas-me o ideal. Como em criança me trouxeras ao colo e ajudaras a minha Mãe e ensinar-me a caminhar.
Um dia mostrei-te os meus primeiros escritos. Eram versos. Encheram-se-te os olhos míopes de alegria. Leste-os. Foste com eles ao Poeta da nossa cidade.
Depois, paguei-te com a maior das ingratidões. Sei que me perdoas-te.
O amor, porém, que desde sempre te votei — esse nunca morreu dentro de mim. Está, com tudo o que aprendi contigo, em todas as palavras que tenho escrito — e neste livro, que é para ti."
Fui, sempre, muito ligado às ciências., no entanto a literatura de ficção e de antecipação científica, nunca me atraíram de sobremaneira. A morte de Arthur C. Clarke, no entanto, tocou-me fundo e depois, ao visitar o meu amigo, www.carnecrua.com.br, não pude deixar de pegar, nesta capa e mostrá-la aos meus amigos e visitantes. Sei que vai fazer as delícias de muitos!