Domingo, fim de Março, o tempo convida e uma deslocação à Caloura a casa do pintor Tomaz Vieira, mergulharmos num ambiente de sonho e de prazer.
Para os que não conhecem, podem-lhe tomar o pulso,
aqui:

Estas "Mãos", são uma amostra do muito que se pode apreciar, para além de uma paisagem, sem mácula e de um ar, que apetece respirar.
Como homenagem ao esforço e dedicação que Tomaz Vieira e família, têm dedicado à causa da cultura e, não esquecendo, a escultura apresentada, nada melhor que um poema.
"AS MÃOS", de Manuel Alegre.
As mãos
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre, O Canto e as Armas, 1967

De
emiele a 1 de Abril de 2008 às 14:46
Estás a 'especializar-te' neste tipo de posts, e só posso aplaudir a 'especialização'! É muito boa ideia juntar imagens destas com poesia.
Por acaso a minha costela (ou as minhas 6 costelas) açoriana também é aparentada com gente das artes plásticas :D
Mas a verdade é que aí quase toda a gente é aparentada com toda a gente, não é...?
É verdade! É um microcosmos muito complexo, onde tudo se mistura.
Este Centro Cultural, merece bem a referência que lhe fiz.
É assim um polo cultural, à semelhança do de S. Lourenço, no Algarve. A demonstração que os particulares , podem e devem intervir na vida colectiva. Depois, do ponto de vista de situação geográfica, fica num dos sítios mais maravilhosos, desta terra maravilhosa.
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