
O relançamento da produção de trigo foi feito na época fresca, na expectativa de colher pelo menos três mil toneladas, e é a primeira campanha com forte intervenção do Governo, que para o efeito alocou 150 toneladas de semente melhorada da variedade Nduna, introduzida nas províncias de Manica e Tete depois de muito tempo sem produção significativa de trigo no país. Por isso mesmo o Instituto de Investigação Agrária está a trabalhar com nove variedades para identificar a que melhor se adapta às diferentes realidades agro-ecológicas.
Os esforços governamentais estão direccionados para a redução da excessiva dependência de importações de cereais, que estão situadas em 316 mil toneladas para o arroz e 469 mil de trigo. As necessidades de consumo de arroz e trigo no país estão estimadas em 539 mil e 472 toneladas, respectivamente. Os resultados esperados constituem, deste modo, menos que um por cento do défice. Entretanto, com os actuais preços do trigo no mercado internacional, há motivação da parte dos agricultores e espera-se ter mais produtores familiares e também comerciais a intervirem na próxima campanha.
Nuvunga disse que para capacitar os produtores na colheita foram disponibilizados 60 mil sacos e 20 mil foices que estão a ser distribuídos em Tete, Manica e Gaza. Por outro lado, foram colocados silos móveis nos locais de compra em Manica e Tete, em parceria com uma empresa que se compromete a fazer a comercialização.
O preço de referência acordado para a compra do trigo é de oito meticais o quilograma, contra dez praticado pelos malawianos. Com os progressos assinalados na reconstrução da linha de Sena, espera-se que a partir da próxima campanha o trigo e outros produtos do planalto (Tsangano e Angónia) sejam escoados para a Beira a partir de Moatize, reduzindo substancialmente os custos de transporte.
A par da comercialização do trigo, o Governo tem as atenções viradas também para a aquisição de semente para a próxima campanha. Está a ser negociada a aquisição de 1160 toneladas a serem disponibilizadas aos produtores. Esta importação está a ser feita assumindo-se que, apesar do intenso trabalho de investigação em curso, nas próximas campanhas o país ainda precisará de usar semente do Zimbabwe.
Será que por cá o Sócrates e a sua gente, não põem o olho nisto?
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