Correspondendo à solicitação da Emiéle que por sua vez o fez por sugestão da "Raposinha Matreira", aqui vou eu embalar em verdades e mentiras, que a vida me pergou.
Devo dizer que seria mais fácil contar as mentiras todas, pois que arranjar seis verdades é um grande problema.
- Tinha os meus dezanove anos e fui tirar a carta de condução, meus pais não tinham automóvel mas, mesmo assim só me matriculei na Escola de Condução para obter a licença e fazer o reconhecimento do, possível, percurso do exame, no dia do mesmo. Passei, à primeira!
- Adoro petiscar e deixem-me dizer que cobra frita, é uma maravilha.
- Tive o prazer de ser passageiro, da última viagem do paquete Funchal, antes deste ser vendido para cruzeiros.
- As melhores férias da minha vida, passei-as no mar.
- Se há prazeres que cultivo, um deles é o mergulho de observação, razão principal para a minha vinda para os Açores, que tem um mar excepcional.
- Raptei a minha mulher e o meu filho, poucos dias depois do seu nascimento, na então Rodésia para Moçambique.
- Ao atingir a maioridade, o meu filho André, poderia, legalmente, escolher entre quatro nacionalidades.
- Em jovem, tinha um gosto muito especial, embalsamar, pequenos animais.
- Como caçador que sou, quando estive em Moçambique, tive a sorte de abater um búfalo, durante uma caçada.
Agora é só entrar nelas e desvendar os mistérios. Bem ou mal, cumpri o meu dever, só faltam vocês.
eu quero acreditar que seja mentira a da cobra e do búfalo, senão deixo de ser tua amiga!!!
a outra mentira é a do mergulho!
acertei??
Mas que pressa a tua, vai lá p'rá toca e aguarda que os outros se pronunciem, que depois eu tenho umas "medalhas de barro" para todos.
Vamos lá levantar o véu, e contar as verdades e as mentiras que aqui foram colocadas.
Para já, uma grande vencedora a "RAPOSINHA" acertou em cheio nas mentiras. Tens todo o direito a uma medalha de barro.
Mas vamos pelo princípio.
1ª- Naquele tempo, era assim, quem tirasse a licença de aprendizagem podia conduzir ao lado de um encartado e eu, apesar de os meus pais não terem carro, havia um tio que tinha e que me possibilitou toda essa prática.
2ª- Na verdade, nunca comi cobra, mas foi por pouco pois uma vez estava eu no serviço militar, preparava-se um batalhão para seguir para a guerra e um camarada apanhoiu uma que logo serviu para o petisco. Acontece que por um motivo qualquer tive que regressar ao quartel e não tive essa primeira vez.
3ª- É verdade pois fiz a viagem Ponta Delgada-Lisboa, que foi a última, a nível de viagens, desse maravilhoso paquete que passou depois a, só, fazer cruzeiros.
4ª- Foi a viagem inesquecível, para a cidade da Beira, em Moçambique, no IMPÉRIO, que teve a duração de vinte e nove dias e meio, com paragens nas Canárias, S. Tomé, Angola (Luanda, Lobito e Moçamedes), África do Sul (Cape Town, Johanesburg), Moçambique (Maputo e Beira), em primeira classe e com todas as mordomias com um excelente tempo, durante toda a viagem.
5ª- Gosto muito do mar, mas tenho-lhe um respeito muito grande depois, sou de sequeiro e mergulho, só o meu filho mais velho.
6ª- É inteiramente verdadeiro. Já tinha havido em Lisboa o 25 de Abril, estávamos em Agosto e as coisas ainda andavam mal por lá. A então Rodésia , ali ao pé, oferecia melhores cuidados sanitários. A Beira ficava a trezentos quilómetros. O rapaz, nasce, é imediatamente registado nesse país. Quando procuro o consul de Portugal para regularizar a situação, já não o encontrei, pois com medo das consequências do golpe, fugiu antes que a liberdade chegasse. A única forma era o rapto com conivência de malta amiga que estava na fronteira.
7ª- É inteiramente verdade, quando ele nasceu, a Rodésia ainda não era independente e ele está lá registado. Com a indepêndencia poderia escolher entre a Inglaterra e o Zimbabué. Depois conforme disse na explicação anterior, quando do rapto, trouxe-o para Vila Pery, actual Chimoio, e tive que o registar. para isso o médico militar atesteou que assistiu ao parto no domicílio, permitindo assim que o registasse como nascido em Moçambique o que, com a independência, permitia-lhe a escolha entra Moçambique e Portugal, quatro portanto.
8ª- Verdade absoluta, desde morcegos a toupeiras, pássaros e lacráus, tudo servia para embalsamar. Creiam que era uma actividade de que muito gostava, principalmente por poder dar atitudes e movimentos como eles tinham em vida e assim servirem para uma melhor observação e estudo.
9ª- Nunca cacei, em Moçambique. A minha experiência de caçador, era às predizes, coelhos e lebres, mas o que importava era a festa e o almoço que isso proporcionava. Desde que a tropa acabou, nunca mais cacei.
De
Emiéle a 22 de Fevereiro de 2009 às 09:26
Como desta vez só volto «a sério» na 4ª feira, sempre venho dar a minha opinião.
Não é fácil, isto foi bem montado!
Vamos lá a ver:
Realmente o 2 deixa-me dúvidas. que adoras petiscar, não se duvida pelos teus posts. A cobra sabe um pouco a galinha (em Macau provei a sopa) mas não creio que seja um dos pratos que sabes fazer...
Como embalsamador também não te imagino...
Acredito que nades bem, os anos passados no Algarve devem ajudar e por aí o mar também deve ser bonito, mas...mergulhador?! Huummm...
Estas seriam as minhas propostas para as mentiras, aceitando que o resto é verdade. mas é difícil!
(que o André possa escolher 3 nacionalidades, vá lá, mas 4?...)
Como vês, já respondi, tinhas toda a razão para duvidar da cobra.
Acertar acertar, só mesmo no mergulho, isso não é comigo.
Mas, tens prémio na mesma!!!
De
Emiéle a 25 de Fevereiro de 2009 às 23:25
Podia ser pior, afinal acertei 2 - na cobra e no mergulho. mas fizeste muito bem feito que muitas coisas podiam ser verdades ou mentiras... E não imaginei essa do embalsamador! De resto sabia do teu filho e contei 3 nacionalidades, não tinha ideia de que se poderia na ocasião escolher também a inglesa!
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