Segunda-feira, 18 de Junho de 2007
A Morte Nunca Existiu
Poema: António Joaquim Lança (pastor alentejano)
Música: José Mário Branco
Intérprete: José Mário Branco (in "Margem de Certa Maneira", 1972)
Tudo o que for vivente tem
Uma queixa que o percorre
E quando um dia a vida morre
A morte morre também
Essa já não mata ninguém
Onde nasceu se sumiu
Só p'ra esse corpo serviu
Ali fez as contas do Porto
Não vai dum p'ra outro corpo
Porque a morte nunca existiu
A morte não sai p'rá rua
Nem anda de terra em terra
E quando um dia a vida degenera
A morte, cada um tem a sua
Essa já não continua
Onde nasceu foi acabada
Depois foi ser enterrada
Com o corpo debaixo do chão
Mesmo nessa ocasião
Foi pela vida gerada.
Onde é que essa morte está?
Onde tem o acampamento?
P'ra matar milhares ao mesmo tempo,
Uns no estrangeiro, outros cá
Essa morte não haverá
P'ra que faça tanto corte
Inda mesmo que seja forte
Que haja isso, eu não acredito
Estragou-se o sangue, perdeu-se o esp'rito
Da vida passou à morte
Como é que podia ser
Uma morte só ter tanta substância,
O mundo ter tanta distância
P'ra tanto vivente morrer?
Cada um tem de a sua ter
E pela vida é que é fundada
Que ela, que anda de estrada em estrada
Ninguém tenha esse abismo
Quando se pára o maquinismo
É que fica a morte formada.
Depois de uma ausência tão prolongada, sabe bem, saber de voçês.
Vamos lá a pensar bem nessa vinda aos Açores, para distraires e mudares de ambiente. Nós ainda por cá nos mantemos, porque conseguimos que as obras começassem e não queremos perder os mestres, que tão difÃceis são de arranjar e sobretudo de conservar.
Fica combinado que quando formos a Lisboa te darei notÃcias, para nos encontrarmos e pôrmos as contas em dia. O melhor para ti e para a Ritinha!
De xuruco a 22 de Junho de 2007 às 10:23
Bom dia querido amigo. Pois já vou ficando sem desculpas para as minhas ausências...estive a ler o poema...gente Nobre esta do campo...!
Tenho que os ir visitar, já ando a pensar no assunto...gostava de visitar os açores, só tenho que pensar na logÃstica da viagem...faz-me alguma confusão andar de avião com a rita! Vamos ver, quando vierem à Capital diga qualquer coisa, para tomarmos um café e conversar-mos um bocadinho...fique bem!
Tenho o mesmo problema, quando, por vezes, quero deixar testemunhos. Julgo saber que a razão se deve ao uso da plataforma bloguistica, já ultrapassada. Vou ver se me informo e se consigo evoluir, sem perder o que já fiz.
De
Emiéle a 20 de Junho de 2007 às 08:32
Já aqui tinha tentado deixar o comentário, mas esta coisa não aceitou... Os blogs às vezes têm manias.
De
Emiéle a 20 de Junho de 2007 às 08:30
BelÃssimo e fica-se com o desejo de ouvir a canção.
Tens de começar a por aqui músicas, amigo!
De
Eugénia a 23 de Novembro de 2010 às 21:53
Gostei.
Eugénia, obrigado pela sua visita e pela palavra que me deixou!!!
Aproveito para lhe desejar, Boas Festas!!!
De Anónimo a 21 de Julho de 2018 às 21:30
O poeta António Joaquim lança foi meu bisavô.....tenho um bloco cheio de poemas escrito por ele
De Anónimo a 8 de Outubro de 2018 às 17:15
Boa tarde,
Seria possÃvel aceder a esse bloco de poemas?
Um abraço e obrigado!
De Anónimo a 19 de Novembro de 2018 às 10:37
Sou de Peroguarda tenho alguns poemas como o da abelha gostava que mais alguns fizessem parte do património desta freguesia.
obrigada
De Anónimo a 26 de Abril de 2019 às 14:52
sou de peroguarda, gostava do seu contacto se possÃvel ?
De Joaquim Lopes a 25 de Agosto de 2022 às 15:07
Boa Tarde
Gostava de saber quem é o Anónimo que tem um Caderno cheio de poemas de António Joaquim Lança. Eu sou o Joaquim Lopes de Alfundao e estou casado com Vitória Lança, também ela bisneta do poeta. O meu contato é 930648032. Obg.
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