Segunda-feira, 31 de Outubro de 2005
Há já algum tempo que não durmo a sesta, e isso tem-se reflectido na forma azeda como tenho encarado a realidade do meu País.
É escândalo atrás de escândalo, informação e contra-informação, será que perdemos a dignidade?
Novembro aproxima-se, com ele as presidenciais vão dando à costa. O cavaco, apreciado marisco dos Açores, já começou a saltitar. Do lado dos Soares é sempre a mesma coisa, parece em 1969 com a CEUD na luta com a CDE, já passou de moda.
O "Canto e as Armas" começa a fazer sentido. Quanto ao resto, é lutar até vencer. ALEGREMO-NOS pois e votemos por NÓS, por PORTUGAL e pelo 25 DE ABRIL.
Ter LIBERDADE É SER "ALEGRE"
Sábado, 22 de Outubro de 2005
Ontem não dormi a sesta.
Rumei a Mérida, mergulhei no passado comum e fui-me preparando, eu e a minha mais que tudo para, à noite, irmos "ouver", isto é ouvir e ver um extraordinário espectáculo de Música Popular Portuguesa com a Brigada Victor Jara que levou como convidado o açoriano José Medeiros, mais conhecido, no meio, por Zeca Medeiros, o mesmo que recentemente venceu o Prémio José Afonso.
Um concerto promovido pelo Gabinete de Relações Transfronteiriças e integrado num vasto programa cultural conhecido por "Ágora", que se vem desenrolando desde o dia 17 de Outubro e que se estenderá até ao dia 30 e que engloba inúmeras actividades.
Fui um priveligiado por ter, disso, conhecimento, visto o evento ter, em Portugal, uma deficiente divulgação, ou será que as coisas da Cultura servem para dividir e não para unir?.
Portugueses,para além dos membros do grupo e seus operacionais, na plateia de um novo, funcional e eficiente Pavilhão dos Congressos, sim, em Mérida, estávamos dois casais. Dirão, nostalgicos da Revolução de Abril, sim também, mas acima de tudo defensores de que é por meio da Cultura que se estabelecem os mais duradouros e eficazes laços de boa vizinhança, amizade e cooperação desinteressada.
Quanto ao concerto, está tudo dito, fomos os maiores, a empatia com o público foi total e completa.
Como português senti-me honrado com tamanha manifestação de carinho e divulgação da MÚSICA QUE NÃO PASSA EM PORTUGAL.
Hoje, vou mesmo dormir a Sesta.
Quinta-feira, 20 de Outubro de 2005
Finalmente o tabú caiu.
O homendo Poço, melhor, da Fonte de Boliqueime, nos 42 anos do seu matrimónio, apresenta ao País a sua candidatura a P.R..
Que surpresa!. Que novidade!. Que grande tristeza!.
Coisas do nosso país, sim este país pequenino.
Já agora uma coisa que não se noticia:
- A Brigada Victor Jara e o Zeca Medeiros vão estar amanhã em Mérida, primeira capital da LUZITÂNIA, no Palácio dos Congressos às 21h00(de Espanha), onde darão um concerto no âmbito das relações transfronteiriças. Assim se constrói uma unidade europeia verdadeira.
Um convite aos que possam: Vão, Vejam e Ouçam.
Terça-feira, 18 de Outubro de 2005
O vencedor do Prémio José Afonso - 2005, José Medeiros, estará em Mérida na próxima sexta-feira, dia 21 de Outubro, no Auditorium Alcazaba, pelas 21h00 (de Espanha), na companhia da Brigada Victor Jara, outro nome de referência na Musica Popular portuguesa.
É bom ver como os Nuestros Hermanos acarinham os autores portugueses, ao invés do que se passa por cá.
Segunda-feira, 17 de Outubro de 2005
- Não te esqueças de levar o guarda-chuva, olha que o tempo não está para brincadeiras.
Era assim que começava, invariavelmente, a conversa da Mãe, em dias de chuva.
Hoje tudo é diferente: primeiro, chove pouco; segundo, já não chove como antigamente.
Antigamente até "chovia em Santiago", hoje já não chove, mas "Neva", de tal forma que, depois de ouvir a apresentação do orçamento, até fiquei enregelado.
Passemos portanto às quentes, no próximo dia 21, às 21h00 (de Espanha) iremos ter o prazer de estar, confraternizar e ouvir, no Auditorium Alcazaba, em MÉRIDA a Brigada Victor Jara e José Medeiros.
Uma oportunidade única de fruir a boa Música Portuguesa, uma vez que se trata de artistas que fazem parte da Lista Negra da NÃO divulgação da Música Portuguesa.
Vamos então e passemos um serão bem passado, longe dos sócrates que nos tramam a vidinha.
Terça-feira, 11 de Outubro de 2005
Tudo resolvido.
Os Bons ganharam e os Maus foram para casa esperar quatro anos para, de novo, poderem entrar na Fita.
Já estamos prontos para mais um, Democrático, acto eleitoral que se aproxima, e preparemo-nos para dar uma resposta Alegre na crise.
Ao menos, não ficamos com amargos de boca.
Sexta-feira, 7 de Outubro de 2005
-Será que Portugal existe?
-Será que houve o "25 de Abril"?
-Terá existido um cantautor de nome "José Afonso"?
-Se existiu, terá ele escrito canções como: "Grândola Vila Morena"; "Maio Maduro Maio" e outras, que eu, e os da minha geração se habituaram a ouvir e a gostar?
-Porque não passam na rádio, na televisão e noutros meios essas canções?
-Serão elas pernúncio de um novo 25 de Abril, e por isso perigosas?
-Sócrates, será ele um homem de Abril?
Estou farto de tanta mediocidade.
Hoje, durmo a Sesta e rumo para longe, onde não tenha ecos de mais essa farsa que vai ter nas Autarquicas o 1º acto de uma peça que terminará com as Presidenciais.
Espero na próxima estar mais bem disposto, o que não me parece possível.
Espero que o POVO acorde, para bem dele próprio.
Quarta-feira, 5 de Outubro de 2005
Nunca é demais falar do Zeca Medeiros.
Hoje é ele próprio a falar, por intermédio da sua poesia:
O Cantador
O cantador
chegou de madrugada
venceu a noite
pelas praias do mar
na sua voz
teceu uma balada
amanhecer
que havemos de cantar
O cantador
rasgou as nossas penas
num canto moço
que havemos d'acender
na sua voz
ergueu vilas morenas
Maio maduro
que havemos de colher
Ergueu cidades
sem muros nem ameias
lançou sementes
na terra de ninguém
cantou o sol
rompeu nossas cadeias
trouxe consigo
outro amigo também
in CD Torna Viagem - Prémio José Afonso 2005
Para ouvir e divulgar!
Segunda-feira, 3 de Outubro de 2005
Dois de Outubro, já passou o tempo suficiente para verificar a eficácia da informação em Portugal.
Nada, mesmo Nada é referenciado em relação ao Prémio José Afonso, um galardão instituído pala Câmara Municipal da Amadora, há já dezoito anos.
Que andarão fazendo estes indivíduos que mandam nos jornais, rádios e televisões, que não deixam passar a Música Popular Portuguesa, não incentivam os verdadeiros criadores no seu imenso esforço, produzem, divulgam e incentivam a musica dita "pimba", e a mais comercial música anglo-saxónica, enfim uma desgraça.
Pois bem, apesar de tudo o Zeca Medeiros ganhou o prestigiado Prémio, a Festa fez-se, nós, os que teimamos em lutar por um Mundo Diferente, estivemos, ouvimos e gostámos.
Queremos mais, queremos o nosso Património Cultural divulgado e reconhecido.
Viva o Zeca Medeiros e todos os que com ele chegaram à disputa de tão importante como referencial galardão.
Como diria Chico Buarque, nosso irmão do outro lado do Atlântico: " Foi bonita a Festa, pá!"