Terça-feira, 30 de Maio de 2006
Hoje, deveria estar feliz pelo facto de se comemorar o 16º aniversário do filho querido duma amiga, que não conheço, mas que reconheço.
Sei da felicidade que a invade e comungo, com ela, esta hora.
Ao JOÃO PEDRO, os meus parabéns, extensivos a toda a família e muito em especial à MÃE.
Mas hoje, também, soube do desaparecimento de um amigo, companheiro de infortúnio, que, mau grado toda a luta que travou, não conseguiu resistir, à malfadada doença.
Estou triste, muito triste mesmo.
Sábado, 27 de Maio de 2006

Chegou-me via mail, é um BOM vírus e por isso não podia deixar de o compartilhar com quem me visita.
Obs.
Manejar com cuidado
Sexta-feira, 26 de Maio de 2006
Recebi umas fotos do meu neto João e estava na disposição de fazer qualquer coisa com elas.
No entanto, há coisas que nos desandam os pensamentos, levando-nos para outros caminhos.
TIMOR é hoje o meu tema de conversa e como aquilo vai, nada melhor que fazer uma coisa diferente.
Então veio-me à memória uma passagem do livro de Joaquim Pulga, "ALENTEJANANDO - estórias e sabores", que passo a, com a devida vénia, transcrever:
DESCONSTRUÇÃO DO IMPÉRIO
Os Alentejanos Têm Fama De Ser Um Povo Hospitaleiro, amigo do amigo. Adoptamos fraternalmente como nossos todos aqueles que aqui buscam forma de vida e connosco labutam. Tenho igualmente por certo que estes "alentejanos novos", facilmente se reconhecem e interiorizam como gente deste sul. Mesmo aqueles que por breve aqui passam, encantados ficam com a magia desta terra e destas gentes. Quando partem, parte na sua companhia a alma da terra transtagana e, na estatística da memória, é mais um alentejano da diáspora. Este sentimento é profundamente sentido pelos amigos que por este sul já andarilharam.
Assim aconteceu com o Hélio, amigo timorense do peito que nesta terra estudou agricultura, se fez alentejano e combatente pela liberdade de todas as terras do mundo. Irmanados na desobediência "desconstruímos o Império"e, sobre as suas cinzas, construímos um imaginário de uma mão cheia de países unidos pela língua e pela necessidade de caminharem rumo a um futuro de fraternidade.
Tempos de revolta e esperança, idos com a primeira metade da década de setenta. O Hélio, já após Abril de setenta e quatro, terminou o curso e abalou, levando consigo o Alentejo e uma enorme vontade de ir ajudar no parto do seu País. Nunca mais revi aquela pequena grande figura de cabeleira afro, cigarro ao canto da boca e uma permanente e insurrecta alegria. Pouco tempo mais tarde, chegou a dolorosa notícia - o companheiro Hélio não mais iria assistir ao nascimentodo país Timor. Caíra em combate contra o invasor indonésio, algures, nas montanhas da sua terra. Com o Hélio, morreu também mais um alentejano da diáspora.
Esta é a minha singela homenagem ao meu amigo, pequeno-grande alentejano dos quatro costados e companheiro assíduo da comunhão nas "mesas da malta". Gastrónomo inveterado, nada "bical", amante co copo e do cante. Delirava sobremaneira com os petisquinhos à volta da carniça de bacorinho alentejano.
MIGAS DE BATATA COM LOMBO DE PORCO
1 kg de lombo de porco preto
100gr de banha
2dcl de vinho branco
1 cabeça de alhos
massa de pimentão
1kg de batatas
1 dedal de vinagre
1 folha de louro
sal
No almofariz pisam-se os alhos juntamente com o sal. A esta massa junta-se o pimentão e o vinho branco. Com o preparado anterior barra-se o lombo, entretanto cortado em cubos grandes, e deixa-se a tomar gosto até ao dia seguinte.
Num tacho de barro, em lume brando, frita-se o lombo na banha com a folha de louro. Após a fritura, retira-se o lombo para a travessa. À parte, cozem-se as batatas e reduzem-se a puré. No molho que restou da fritura e após retirar o louro, introduz-se o puré de batata. Com uma colher de pau vão-se mexendo e enrolando as migas até alourarem. Deita-se o dedal de vinagre e corrige-se o sal. Depositam-se as migas no centro da travessa com a carne frita em volta. Enfeita-se om rabanetes e azeitonas.
Em memória do meu amigo, tomemos esta refeição acompanhada de um tinto puro e duro, daqueles que alegram o espírito dos insurrectos e acendem a fraternidade.
Hoje dispenso a sobremesa, quero apenas um café de Timor e uma aconchegante aguardente.
Na mesa da malta, está uma cadeira vazia...
É este o texto que eu humildemente deixo, neste dia em que as notícias nos dizem que em Timor, as coisa não vão bem.
Quinta-feira, 25 de Maio de 2006
Comemora-se um pouco por todo o país, o dia de hoje.
"Quinta-Feira de Ascenção" e "O Dia do Leite", são outras designações também usadas para este dia.
Mas aqui no SUL, é Dia da Espiga e, segundo Ernesto Veiga de Oliveira, "as pessoas, saem para os campos, para apanharem a "espiga", isto é, arranjam um raminho, que enquadra fundamentalmente uma espiga de trigo e um ranco de oliveira, e que se compõe, além destas espécies, de espigas, a preceito, de outros cereais centeio, cevada, aveia, etc., e também rosas, papoilas, malmequeres, margaridas, pampilhos, ou outras flores campestres, em número e combinações variáveis conforme as localidades, mas certas em relação a cada uma, que se pendura dentro de casa, na parede da cozinha ou da sala, e aí se conserva um ano, até ser substituída pela "espiga" do ano seguinte, e a que, colhida nesse dia, se associa uma ideia expressa de virtude benfazeja".
Agora pergunto eu, como é possível, viver-se este dia na plenitude quando a maior parte dos campos, do meu Alentejo, já se não dedicam ao cultivo do "pão", pois transformaram-se em coutadas de caça, ou foram simplesmente abandonados, esperando que o regadio chegue, transformando a paisagem e dificultando a vivência de tradições ancestrais.
Ainda se fosse para melhor, mas não, tudo é feito em função do lucro rápido, sem ter em conta a preservação do ambiente e dos ecosistemas.
Um desejo, que ao menos a nossa Espiga, não seja castradora dos nossos anseios.
Quarta-feira, 24 de Maio de 2006
Esta coisa da Sesta, tem que se lhe diga.
Não vou aqui fazer a sua defesa porque não é necessário, já toda a gente sabe os benefícios que trás, ao nosso bem estar logo, à nossa saúde fisica e mental.
No entanto, há quem não o entenda assim e queira acabar com ela. Não o deviam fazer.
Pensem no assunto e digam de sua justiça.
Mas deixemos a sesta e passemos à conversa, acabei a sesta de hoje, estive entretido a trabalhar na minha vida, quando dei por mim estava a jantar e a ouvir, como sempre o noticiário. Falou-se às tantas na Rosa Mota, e eu logo liguei à nossa campeã, mas não era essa, era a Rosa Mota da PJ, mulher de enorme coragem que investigou o caso Casa Pia. Pois essa mulher, a quem eu rendo as minhas maiores homenagens, também foi e continua a ser vítima de violência, uma violência silenciosa e vil.
Esperemos que haja coragem e que se clarifique tudo, mas tudo, inclusivé os que andam ainda no segredo dos deuses.
Força Rosa.
Terça-feira, 23 de Maio de 2006

É esta a realidade que me aguarda.
Segunda-feira, 22 de Maio de 2006

LAGOA DO FOGO - Um espanto!
De novo no Alentejo, depois de uma jornada nortenha.
Apesar do mau tempo, ou terá sido bom? É que, a chuva se associa geralmente a mau tempo, mas como faz tanta falta para o equilíbrio ecológico, para mim, que sou do Sul, a chuva é geralmente uma dádiva.
Mas, dizia eu, apesar da chuva, os anos da minha neta não foram prejudicados, para sorte dela, dos seus amiguinhos, dos pais e avós.
Bom, mas já cá estou no Sul, como dizia, a preparar-me para a mudança, uma mudança radical para terras do meio do Atlântico.
Domingo, 21 de Maio de 2006
Hoje, Domingo, estou, como disse, no Porto.
Chove copiosamente, nesta manhã, que já vai longa. Ontem comemorámos o quarto aniversário da Sofia, com uma festinha no Palácio de Cristal, local lindíssimo, com vista para o Douro, esse rio imenso que nos atravessa.
Eu, estou como o dia, estou de chuva, mas isto vai passar, logo que os meus netos acordem.
Para os/as curiosas, publicarei umas fotos do João, em breve.
Quinta-feira, 18 de Maio de 2006

No centésimo"escrito", uma homenagem ao meu ALENTEJO PROFUNDO.