Sexta-feira, 30 de Junho de 2006
O Fausto não é para aqui chamado, a semelhança do título é pura coincidência.
Terei eu ouvido bem, esta manhã, na rádio?
Pois bem, parece que no Porto, O autarca Rio e seus comparsas PSD e CDS/PP e metade dos eleitos PS, fizeram aprovar uma decisão que impede a atribuição de subsídios camarários a entidades que critiquem a pandilha. Só tem direito a receber subsídio quem for obediente e reverente.
Parece, segundo a notícia, que a primeira vítima desta decisão é a comissão das comemorações do 25 de Abril, quem havia de ser?
Aqui, não tenho dúvidas em seguir a sugestão de Ruas, "Corram-nos à pedrada, à pedrada..." e acrescento: Até ao Rio!
Quinta-feira, 29 de Junho de 2006
Isto de termos uns dias sem futebol, dá-nos para outras incursões.
Depois de ter dormido a "Sesta", fui ao Troll e deliciei-me a ouvir Brel, no porto de Amesterdan, depois, fui ver um filme de Ken Loach, cujo nome é o título deste escrito e que foi um filme integrado na selecção oficial de Cannes 95.
Fala da Revolução, de Traições e de Amores.
Um filme a ver e a comparar com realidades que bem conhecemos.
À, já me esquecia, está editado em video, na Atalanta Filmes.
Quarta-feira, 28 de Junho de 2006
Recuperemos, fazendo uma sestinha.
Segunda-feira, 26 de Junho de 2006
Ontem, este homem, que custa os olhos da cara ao futebol nacional, provou, mais uma vez, que é daqueles que merece o que ganha.
Eu sei que as suas ideias ainda não tocaram muita gente, mas uma coisa já ele provou, ao conseguir formar um grupo, que trabalha e actua como isso mesmo. Gerir "Estrelas" e saber misturá-las com a arraia miúda, de forma aque tudo trabalhe como uma máquina, não é para todos e agora, repescando as palavras por ele proferidas no final da partida com a Holanda, sobre a imaginável dificuldade de fazer uma equipa para jogar com a Inglatera, são de um homem, bem formado, que sabe a importância do grupo e que isso é que é importante, até mais que os resultados.
Parabens Scolari, neste momento, em que nos debatemos com as maiores dificuldades, e em que a felicidade é nula, tens-no devolvido o orgulho de ser portugueses.
Domingo, 25 de Junho de 2006
O dia de ontem, sábado, foi um daqueles dias que queremos ver riscados do mapa do tempo.
Pela manhã, dei uma volta pelos blogs amigos e dei de caras com o Vinício de Morais, que a Isabel, decidiu ir buscar porque: "Hoje é Sábado".
Saí de casa, para a rotina habitual, jornais, cafézinho, para acordar, e uma volta pela azáfama das manhãs de sábado, dos donos e donas de casa, nas costumeiras compras.
À porta do meu prédio, uma visinha e dois agentes da Judiciária, pois um apartamento, tinha sido assaltado, na tarde do dia anterior.
Seguiu-se uma ida ao dentista, que isto do »Look», tem que se lhe diga, e volta a casa com passagem por uma superfície comercial, para compras de última hora.
Aqui, começa o insólito.
Feitas as compras, avancei decisivamente para a caixa, à minha frente uma cidadã Europeia, também com pouquissímas coisas, e à frente de tudo isto, alguns artigos sem comprador. Depois de uma espera desesperante, chega um casal, na casa os cinquenta, carregados de mais compras, que entretanto tinham decidido ir efectuar. Perante a minha, óbvia, chamada de atenção, para com o acto cometido, o elemento masculino passou para uma imediata agressão verbal, no que foi, e bem, coadjuvado pela parte feminina. Chamado à razão que não devia assim falar para as outras pessoas, o "herói", grita alto e com tom ameaçador: "ai querem assim? Vou já «buscá-la»!, e saíu em direcção ao parque de estacionamento. Aqui a mulher, muda de registo e grita: " Já vão ver como é. Foi buscar a «arma». Vão ver.
Calculam a ansiedade que se gerou. Eu, abandonei o local, esperando que tudo acalmasse, para poder sair em segurança da dita loja, que entretanto tinha acionado a sua segurança e aguardava a presença das forças da autoridade.
O facínora, abalou, eu abalei, com as compras, de que necessitava e a autoridade ainda não tinha chegado. Se tivesse havido qualquer incidente, certamente que o carro funerário, teria chegado antes.
Passou, o resto do dia, sem mais nada de destaque, nem sequer o futebol trouxe qualquer surpresa.
Jantámos, e fui, como meu filho, dar uma volta higiénica.
A páginas tantas, em plena rua, com gente diversa, mulheres, crianças e homens, que a noite a isso convidava, um indivíduo, que o "Mendel", não deve ter conseguido classificar, vociferava, alto e bom som, impropérios, sem nexo nem consistência, antes pela vontade indómita de ser malcriado e ofensivo.
Para fim do dia, nada melhor me poderia ter acontecido.
Nota: Nenhum dos indivíduos citados era: preto; amarelo; cigano; ucraniano; brasileiro, ou de outra etnia diferente.
Não, eram brancos e portugueses, como nós.
Asseguro-vos: Este foi o Sábado mais incrível que passei.
Sexta-feira, 23 de Junho de 2006
Ainda anda na memória de todos, a douta decisão de um, não menos douto, juiz que não atribuíu a uma cidadã do mundo, indiana de nascimento, a nacionalidade portuguesa, por não saber o hino.
Sabemos, todos, como bem o cantam: Scolari; Deco; Aníbal; Maria e outros.
Também já o afirmámos que, de certeza, o não sabem todo, quando muito, a primeira das três estrofes, que o compõem.
Mas, não é isso que hoje aqui me trás, antes o que são, porque são, e o que representam, se é que, os hinos, representam alguma coisa.
Socorro-me de um escrito do insuspeitável Porf. Arnaldo Saraiva, datado de 1973.
" Para os gregos, que tanto o cultivaram e dignificaram, o hino era, fundamentalmente, um poema cantado de louvor aos deuses, ou ao que de bom se supunha que eles tinham legado aos homens; era a amelhor Voz humana - música e palavra - da alegria de viver.
Talvez seja discutível que os homens mudaram muito depois dos gregos; mas do que não há dúvida é que mudou muito o conceito de hino, sobretudo quando se inventaram os chamados «hinos nacionais». Porque o que era, fundamentamente, expressão de alegria de viver se transformou, fundamentalmente, em exprssão de alegria de morrer - e de matar.
Em teoria, os hinos nacionais deveriam ter nascido com o nascimento das nações. Sabemos, porém, que, para se criarem e desenvolverem, as velhas nações europeias, por exemplo, precisaram decerto de alguns cânticos guerreiros - que todavia não precisaram de oficializar - , como precisaram da invocação de alguns santos - que puseram religiosamente à bulha; mas precisaram antes de mais da força de alguns princípios, de algumas inteligências de uns braços.
Se de repente essas e outras velhas e novas nações, tal como veio a suceder às Nações Unidas e agora à Europa, se viram na necessidade de oficializar hinos nacionais ou supranacionais, é caso para perguntarmos se não foi porque faltou aos seus filhos - como se diz dos que também são ou deveriam ser seus pais - a força dos braços, das inteligências e dos pricípios. É caso para perguntarmos se se pertendeu compensar o pouco uso dos braços pelo da garganta, o da inteligência pelo da habilidade vocal, o dos princípios pelo da cantoria. Ou por outra: se a necessidade de criar e oficializar um tal símbolo não surgiu exactamente quando se pressentiu o enfraquecimento ou o artfício do simbolizado.
Que pertendem simbolizar os hinos nacionais? Naturalmente a unificação, a unidade, a união entre os homens nascidos ou situados dentro de certas fronteiras geográficas ( muito mais do que dentro de certas fronteiras ideológicas, ou religiosas, ou políticas).
Cantar um hino nacional seria ao mesmo tempo praticar e apelar para essa união, unidade, unificação - quer dizer, tentar garantir a sobrevivência de um grupo. E mais: figurar certos desejos, impulsos, sentimentos (que poderiam ir da simples dignidade humana à grandeza e ao heroísmo), iludir certas impotências, e exorcizar certos medos e fragilidades, fisícas ou morais.
Assim, os hinos nacionais pretenderiam moralizar (compatriotas) desmoralizando (estrangeiros) antes que uns e outros praticassem imoralidades. E, por esse lado, eles seriam o que efectivamente têm sido: autênticos textos «sagrados», indiscutíveis, intocáveis.
Temos hoje, porém, boas razões para duvidar de que eles sejam textos «sagrados». A primeira é até a de eles nos serem apresentados ou representados como tais; sabemos bem como os tabus são próprios de sociedades primitivas (subdesenvolvidas), como eles contribuem para garantir a existência de privilégios, e como o «sagrado» funciona frequentemente como pseudónimo ideológico das mais profanas ideologias. A segunda razão é a de já não concebermos facilmente as possibilidades de união e de sobrevivência para os que se fecham em fronteiras geográficas; é evidente que por todo o mundo, com poucas excepções, aliás sintomáticas (Médio Oriente, África), a ideollogia e a economia estão a substituir a geografia. Hje os inimigos «nacionais» já não podem ser contidos ou combatidos nas fronteiras: eles estão por toda a parte e até se conhecem outras guerras sem ser a guerra de guerrilhas (as guerras económicas, por exemplo). E até cantam os hinos nacionais. Num tempo de guerrilhas, de comunicações fáceis, de turismos, de migrações, de plurilinguismos, de bi ou trinacionalismos, de Nações Unidas, de Mercados Comuns, de empresas multinacionais, a existência de «hinos nacionais» não pode deixar de ser sentida, na melhor das hipóteses, uma manifestação folclórica, ou como preciosidade arqueológica, e, na pior das hipóteses, como requintada hipocrisia, ou como insulto e provocação."
É este o excerto que vos quero deixar hoje, para que o leiam o analisem, o interpretem e o discutam.
Quinta-feira, 22 de Junho de 2006
É este o título dum livro, um pequenino livro, editado no longínquo ano de 1973, e que é constituído por registos de falas de crianças sobre a sua maneira de ver as coisas e o mundo que as rodeia.
Hoje, transcrevo dois desses registos, a que não resisto:
"Eu vejo o Sol do meu quintal e também do páteo da escola e o Sol é só um.
E a Lua , quando chega a noite dá claridade e as estrelas também dão claridade para a África e para a Ásia para a América e para a Europa.
E para os amarelos, brancos e para os negros."
MARIA DE FÁTIMA, 10 anos
"Na verdade há mais pobres do que ricos, pois se não fossem os pobres a ir trabalhar para as fábricas, os ricos também não queriam ir, porque têm dinheiro e não queriam trabalhar em trabalhos do povo."
RUI MANUEL, ?
Prometo voltar!
Quarta-feira, 21 de Junho de 2006
PORTUGAL
É assim, pé-ante-pé, que vamos andando para a frente, acima de tudo nunca esquecendo que, o trabalho de equipa é a única maneira de chegarmos mais à frente.
Quanto ao próximo adversário, é o que calhar, só temos que trabalhar.
Segunda-feira, 19 de Junho de 2006
O melhor que os blogs têm, é a liberdade de escrever o que nos aprouver.
Eu, tenho no entanto algumas auto-limitações, e isto tudo porque o chá que tomei em pequenino, ensinou-me que, a minha liberdade só vai até que não intrefere com a liberdade, dos outros.
Daqui não entender como há, gente,escondida no anonimato asqueroso, que tem o descaramento de invadir, lugares que lhes não são comuns.
Não gostam, digam que não gostam, mas de cara aberta, sem medos.
Assim, são tão parecidos com uma polícia que eu conheci e que nos atazanou a vida.