Terça-feira, 31 de Outubro de 2006
Escreve a Emiéle, no Pópulo, sobre o facto de estarmos, nós portugueses, de Mértola, selecionados para um prémio da ONU, com as Unidades Móveis de Saúde. Nada mais agradável e de saudar.
Inexorávelmente, veio-me à memória as BIBLIOTECAS ITINERANTES da Fundação Calouste Gulbenkian.
Obra de inestimável valor, a que nunca foi dado o relevo e a importância que tiveram e ainda têm, apesar de já não rodarem por aí, por este Portugal. Têm porque,muitos ainda há que delas tiraram proveito e estímulo para vidas mais relevantes e maior compreenção do Mundo e das Coisas.
Foi em 1958 que o então presidente Dr. Azeredo Perdigão, no acto inaugural do serviço de Bibliotecas Itinerantes, no Largo de Camões, em Lisboa, afirmou:
" É preciso ler sempre, e regularmente; mas, para que o povo leia, torna-se indispensável, não só despertar e manter nele o gosto pela leitura, mas também facilitar-lhe os meios de o satisfazer.
Quando o homem não procura o livro, ou porque não tem condições financeiras para o comprar, ou porque habita longe dos centros populacionais onde mais facilmente o poderia adquirir, ou porque ignora, até, a existência dos que melhor satisfariam as suas necessidades profissionais, espirituais ou recreativas, quando o homem, por qualquer motivo, não se interessa pelo livro e não busca a sua convivência, o livro tem de procurar o homem, para o servir, quer instruindo-o, quer recreando-o. "
Foram estas as doutas palavras, que originaram o aparecimento dessa prestimosa organização.
E isto, também é essencial à SAÚDE!
Domingo, 29 de Outubro de 2006
Dadas as dificuldades em encontrar, violetas, aqui te deixo estas hortênsias.
É a minha sincera homenagem.
Sábado, 28 de Outubro de 2006
Ontem, sexta-feira, foi um dia de andar. Fartei-me de fazer quilómetros, andando aos zig-zags, até chegar a Loulé, para estar com a Ti' Anica.
Nessas deambulações, ia eu a caminho da capital, apareceu-me um enorme letreiro, que me informava do : alargamento da Coina e do Fogueteiro. Que coisa, agora alarga-se a Coina, por dá cá aquela palha? Sei que a Coina deverá ser alargada, mas não é assim, com o Fogueteiro na jogada, e depois, se os foguetes rebentam?
Só sei dizer que esta preplexidade me acompanhou até, conseguir chegar ao Algarve, e ainda hoje, já bem dormido e com um dia de SOL imenso, mas com algum vento, me preocupa.
Obs. Na próxima prometo deixar uma foto do SÍTIO
Quinta-feira, 26 de Outubro de 2006
Há já uns anos, completava eu mais de meia centena deles, na verdade mais três, recebi uma singela prenda de aniversário que me encheu de alegria, foi mesmo a que mais me agradou. Uma simples folha A4, com sete poemas. A prenda do meu André.
Hoje, passados quase oito anos, decidi partilhar aqui, um desses poemas, com os meus amigos e visitadores.
Alguém faz anos;
que portas se franqueiam
a esta incontornável
diáspora do ser.
Na sua viagem inorgânica
despoleta as mais
inconfessáveis paixões,
exposto que está à inquietude
e ao espanto.
O espanto de estar vivo.
"Carpe Diem" :
Produção e realização...
Perdura a aventura.
Sábado, 21 de Outubro de 2006
Hoje, a Emiéle deixou no PÓPULO, um poema de Mário de Sá- Carneiro, "QUASE".
Deixo aqui, um poeta esquecido, do meu Alentejo, Manuel João Mansos, do seu livro, "Voz Insurrecta"
O meu canto cheio de dores
É espelho do Alentejo.
Sofre da injustiça os rigores
A planície no triste cortejo
Dos seus queridos, amados filhos,
Que deixam o campo despovoado
E chorando amargos trilhos
Estamos, ó Alentejo amado!
Todos os homens de vontade
Em pôr termo à emigração,
Porque, Alentejo, tu, na verdade,
És terra de carne, vinho e pão,
A Província da Fraternidade
E dor dos poeta que lá vão!
Quinta-feira, 19 de Outubro de 2006
Passam hoje dez anos da morte de David Mourão-Ferreira, motivo porque deixo aqui um pequeno trecho do seu livro "JOGOS DE ESPELHOS"
"Foi a mãe quem lhe ensinou a ler;
e a aprender. O pai, a reflectir
e a contemplar. Dos dois recebeu ainda
o gosto do passado feito presente,
a paixão pelo presente a fazer-se futuro."
Vinte anos, é o tempo de quem, em 19 de Outubro de 1986, desapareceu do Mundo dos Vivos, refiro-me a Samora Moisés Machel, o primeiro Presidente de Moçambique.
Um mistério, ainda por decifrar.
Aqui fica assinalada uma data, sobre a qual, Carlos Cardoso, jornalista, também ele assassinado, previa, três dias antes do acidente aéreo, que "o assassínio de Samora Machel" podia "estar nos planos dos generais sul-africanos".
Segunda-feira, 16 de Outubro de 2006
Foi no âmbito deste ciclo, que apresenta como sub título, CANÇÕES URBANAS, NOVOS TALENTOS, que me desloquei ao Jardim de Inverno do Teatro Municipal de S. Luiz, no passado sábado dia 14.
Maria na Abrunheiro acompanhada ao piano por Ruben Alves, deliciaram a plateia, que lotou completamente aquela magnífica sala.
Falar da cantora é para mim desnecessário, conheço-a o suficiente para saber toda a sua capacidade vocal, bem como a interpretativa, ou não fosse ela uma mulher de Teatro.
Depois o Ruben Alves, excelente pianista, conseguiu um entrosamento admirável. Daqui resultou uma noite, em que o sonho nos acompanhou para cima de duas horas, nas quais a Mariana nos trouxe as "MARIAS" de David Mourão Ferreira, José Mário Branco, José Afonso, Milton Nascimento, Sérgio Godinho, Leite de Vasconcelos, Chavela Vargas, Vinicio de Moraes, Zeca Medeiros...
Enfim, um regalo para os que optaram ir, para os que não foram, fica o aviso, se encontrarem, não faltem.
Sábado, 14 de Outubro de 2006
Estará hoje em Águeda, no festival "O Gesto Orelhudo", numa organização D'Orfeu, o cantautor Zeca Medeiros, recem chegado de Itália, onde esteve a registar o primeiro encontro oficial entre o "Teatro de Giz, do Faial e o Piccollo Teatro de Milano".
É sempre assim, não há fome que não dê em fartura, eu, como não tenho o dom da ubiquidade, fico-me por Lisboa. com as MARIAS.
É hoje, às 23h30, que Mariana Abrunheiro canta nos Jardins d'Inverno do São Luis, em Lisboa.
Conto lá estar, e digo, conto, porque até hoje, por uma razão ou por outra, nunca tive oportunidade de ver este seu espectáculo, mas tudo se conjuga para que esteja. Até logo.
Quarta-feira, 11 de Outubro de 2006
BREVE
Bom, diz ele,
dia!, diz ela.
Vamos?, diz ele,
Não!, diz ela.
Que há?, diz ele,
Nada!, diz ela.
Então, diz ele,
adeus!, diz ela.
Alexandre O'Neill
(Poesias Completas - 1951/1981)