Terça-feira, 18 de Dezembro de 2007

EUGÉNIO LISBOA
"ESTÃO PODRES AS PALAVRAS..."
(
A JORGE DE SENA )
Estão podres as palavras, Jorge.
De passarem por sórdidas mentiras...
Assim o dizes e não pões nem tiras
Ao rio inventário do teu denso alforge
De palavras talhadas em duro corno
A doçura de uma vírgula que pudesse
Iludir a corrupção que aqui comece
Minando de cuspo a pureza em torno.
Mentem os que falam e os que se calam
Mentem os que ficam e os que se vão
Agitam-se os cobardes em fresca encarnação
Da nova coragem com que já abalam.
Que merda de gente ó filho de Camões!
Junto de um seco fero estéril monte
Para onde me retiro, olho e vejo a ponte
Por onde fogem os altos sonoros campeões!
Usá-las puras as palavras—dizes...
Que pureza desta língua envilecida
Por mil flexões de prostituta ardida?
Língua coleante, dupla, rica de matizes...
Possam as palavras ficar enfim erguidas
Um dia como torres entre céu e terra!
Façamos com elas a nossa guerra
Aos heróis que hoje confundem as saídas!
EUGÉNIO LISBOA
Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2007
Mudei de andar.
Estava já um pouco apertado, de modo que, como vagou um T5, aqui mesmo ao lado, aproveitei.
Estou portanto em fase de mudanças, de tal forma, que não consigo encontrar o nome da casa.
Vou fazendo ums tentativas, se não conseguir sózinho, peço ajuda aos amigos.
Espero que gostem, optei pelo preto, uma das minhas cores preferidas.
Domingo, 16 de Dezembro de 2007
Porque muito importante, hoje vou indicar-lhes um outro caminho,
é por aqui.
Quarta-feira, 12 de Dezembro de 2007
Este tempo de Natal é propício a estar em casa.
No entanto, o que lhes proponho tem a ver com saídas ou melhor, escapadinhas, como alguém lhes chamou.
Pois bem, para o próximo dia 21, sugiro um passeio a
Sines.</a
Pronto, está o recado dado.
Terça-feira, 11 de Dezembro de 2007
Hoje, trago aqui um poeta africano.
Camara Laye, é considerado um clássico do jovem romance negro, porque foi o autor do primeiro autêntico romance válido tendo a vida em África como tema.
Nascido na Guiné, em 1928, filho de um ferreiro da aldeia, completou os seus estudos em França.
A prosa poética que aqui apresento, foi extraída de "L'Enfant Noir" e constitui uma comovente evocação da mãe, marcada por uma explêndida ternura contida e capaz de esboçar um quadro geral onde a maravilha da infância é reinventada tendo a figura da mãe como centro e razão de ser da descoberta desse universo.

A MINHA MÃE
Mulher negra, mulher africana, ó minha mãe, eu penso em ti...
Ó Dâman, ó minha mãe, tu que me trouxeste às costas, tu que me aleitaste, tu que dirigistes os meus primeiros passos, tu que foste a primeira pessoa a abrir-me os olhos para os prodígios da terra, eu penso em ti...
Mulher dos campos, mulher das ribeiras, mulher do grande rio, ó minha mãe, eu penso em ti...
Ó Dâman, ó minha mãe, tu enxugaste as minhas lágrimas, que alegravas o meu coração, tu que pacientemente suportavas os meus caprichos, como eu gostaria de estar ainda junto de ti, ser criança junto de ti!
Mulher simples, mulher resignação, ó minha mãe, eu penso em ti...
Mulher negra, mulher africana, ó minha mãe, obrigado; obrigado por tudo o que fizeste por mim, teu filho, tão longe, tão perto de ti.
CAMARA LAYE
Segunda-feira, 10 de Dezembro de 2007
A aproximação do NATAL, leva-me a publicar um autor alentejano, que tanto tem feito pela Cultura e pela sua divulgação, refiro-me ao António Amaro Simões.
É dele, este soneto.
SONETO DE ÁGUA
Vou encher este soneto de água,
(Quando estiver cheio é uma piscina)
Depois, vou ver de minha alma e trago-a
P'ra banhar-se na água que imagina.
Entramos de mão dada, depois largo-a,
(Contra o que o bom senso determina!)
E deixo-a diluir angústia e mágoa
P'ra que volte à leveza de menina.
Na água de si mesma, que é só alma,
Nessa frescura antiga ela se acalma,
E ao vê-la assim tão feliz, prometo
Que a partir de agora, hei-de manter,
Para recreio da alma e seu prazer,
Sempre cheio de água este soneto.
Sexta-feira, 7 de Dezembro de 2007
Entretanto, lá longe, do outro lado do Atlãntico, aguarda-se o desfecho da cimeira.


Será que se entendem?
Ou é só para a fotografia?
Hoje fui,como de costume, visitar o patrício "ALENTEJANANDO", porque o merece, indico-vos o caminho até lá,
é por aqui.
Quarta-feira, 5 de Dezembro de 2007
Chegou agora a notícia dos sacos de plático e da taxa que o governo quer fazer incidir sobre todos nós, por cada saco utilizado..
Quer-me parecer tão exagerada, a taxa como o uso dos mesmos.
No continente há suprefícies comerciais que já cobram por saco, refiro-me ao Pingo Doçe e ao Lidl, que cobram dois e cinco cêntimos, por unidade.

Aqui, nos Açores, há o hábito de usar muitos e muitos sacos de plástico, a tal ponto que eu solicito, sempre que o não façam, pois já há sacos que cheguem.
Tenho, há muito, o hábito da reutilização e da reciclagem, mas a imensa quantidade de sacos que vejo espalhados pela ilha, levam-me a ficar preocupado.