Estou siderado, depois de todos os ditos e desditos, surge hoje esta notícia, que nos mancha e desacredita, perante o mundo e perante nós próprios. Não basta o Senhor Secretário de Estado, dizer que é mentira, nós queremos a prova dessa mentira, que ele diz ser. É vergonhoso!
Esta é a prisão de Guantanamo, donde vêm as acusações que nos são imputadas. A foto foi retirada da Wikipédia.
Já faltam poucos dias para a estreia da última produção da BARRACA.
Se ainda não se decidiram, ir vê-los, aconselho-vos a, passar por aqui.
De certo, ficarão convencidos, pois vale a pena!
Obs. depois de abrirem o link, não esqueçam de clicar em, Antígona.
O pescador açoriano Genuíno Madruga cumpriu hoje quinta-feira 24 de Janeiro de 2008 o sonho de dobrar o mítico Cabo Horn, tornando-se no primeiro português a fazê-lo em solitário e do Atlântico para o Pacífico, a bordo do Hemingway. Na passagem do ponto mais extremo da América do Sul, o navegador começou por enfrentar durante vários dias um mar cavado, com fortíssima ondulação e ventos fortes soprando do quadrante Sul, mas acabou por aproveitar esta manhã uma janela de oportunidade com mar mais calmo e condições propícias a esta travessia, que só se verificam por vezes e muito fugazmente no Verão austral.
A Volta ao Mundo em solitário de Genuíno Madruga iniciou-se no dia 25 de Agosto de 2007, na ilha do Pico, de onde seguiu para Cabo Verde, Brasil, Uruguai e Argentina. Após dobrar o Cabo Horn, seguirá para a ilha da Páscoa, Polinésia Francesa (ilhas Marquesas), Samoa, Fiji, Vanuatu, ilhas Salomão, Austrália, Timor Leste, Reunião, Madagáscar, África do Sul e ilha de Santa Helena. O regresso à ilha do Pico está previsto para Maio de 2009.
Genuíno Madruga, de 57 anos, é conhecido por ter sido o primeiro açoriano e o segundo português a Dar a Volta ao Mundo em solitário (2000-2002) no “Hemingway”, um veleiro em fibra de 11,1 metros da classe Bavária, baptizado em homenagem ao escritor de “O Velho e o Mar”. No dia 10 de Junho de 2003, foi agraciado pelo Presidente da República, com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Nesta segunda viagem é, igualmente, Embaixador dos 100 Anos do Escutismo.
No entanto, Genuíno Madruga é mais do que um velejador. Nas suas viagens criou uma nova maneira de estar na navegação, estabelecendo uma Ponte de contacto constante com as comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo. Em cada escala, realiza palestras e visitas a locais de interesse histórico, procurando conhecer os hábitos culturais dos diferentes povos. Nunca esquecendo a sua profissão de mestre pescador, em cada novo porto ausculta os pescadores locais, recolhendo informações sobre as artes tradicionais e as espécies capturadas. Simultaneamente, transmite os saberes açorianos e as formas de captura de pescado em uso no arquipélago.
Mais informações poderão ser encontradas na homepage de Genuíno Madruga em: http://www.genuinomadruga.com/
Atenciosamente. Fico ao vosso dispor para mais alguma informação, textos e/ou fotos.
Luis Filipe Machado
Coordenador para a Comunicação Social
Grupo de Apoio/Genuíno Madruga
PS Os meus contactos são: EMAIL: lfbcmmachado@sapo.pt
Telefones: +(351)969046292 ou (+351)914195983
CONTACTOS DE GENUÌNO MADRUGA:
Telemovel portugues: 00351919282423
Telefone de satélite: +881631629116 (número confidencial)
Email: genuino@genuinomadruga.com
Indicativo Rádio Amador: CU7AX na frequência: 14.336 USB
Hoje, sou eu que apareço! Porquê, perguntarão os meus amigos e visitadores, por uma razão muito simples, hoje completo sessenta e dois anos de idade, efeméride que só se comemora uma vez.
A BARRACA, comemora os trinta anos de actividade teatral. Marco indiscutível no panorama cultural português, vai estrear, neste mês de Janeiro, a sua última produção, ANTÍGONA, o texto de SÓFOCLES, adaptado aos tempos de hoje. Poderão encontrar, aqui, a informação que necessitarem.
Quando ontem publiquei Miguel Torga, estava longe de saber que hoje, passa o 13º aniversário da sua morte. Volto por isso a insistir, com duas páginas do seu derradeiro Diário.
Coimbra, 2 de Janeiro de 1993
"Abolição das fronteiras. Livre circulação de pessoas e bens. Ocupados sem resistência e sem dor. Anestesiados previamente pelos invasores e seus cúmplices, somos agora oficialmente europeus de primeira, espanhóis de segunda e portugueses de terceira."
Coimbra, 16 de Maio de 1993
"Continua o tráfego de consciências na feira política nacional. Compram-se e vendem-se convicções por todos os preços. Os jornais denunciam, o povo comenta, mas no dia seguinte chega a notícia de nova transacção. Depois de quase meio século de ditadura, o país, mal refeito do pesadelo passado, agoniza sob nova opressão, ainda mais tenebrosa. A arbitrariedade e a preversão policial de outrora deram lugar ao terrorismo de Estado. Agora, são os detentores do poder que oprimem e perseguem. A peitar sem rebuço os cidadãos venais, ou a talar discricionariamente o território dos legítimos interesses dos outros, é que condicionam os limites da nossa liberdade."
Nas minhas leituras diárias, veio-me hoje à mão O DIÁRIO, vol. XVI, de, Miguel Torga.
Transcrevo, então: - " Coimbra, 29 de Junho de 1990 - Já não tem remédio. As minhas relações com os governantes hão-de ser sempre uma confrontação crispada. Mesmo quando uma real simpatia nos aproxima, o diálogo nunca é naturalmente cordial. Há nele, subjacente, não sei que mútua resistência. O mais vulgar cidadão e ocasional interlocutor mantêm-se nossos semelhantes para além da condição social. Mas o político, só pelo facto de o ser, é sempre um estranho ao pé de nós. Tem qualquer coisa de um predador humano, que ameaça dia e noite a paz dos demais viventes da selva. É pelo menos o que sinto. Quero abrir-lhe o coração, e não consigo. Não sei que instinto de conservação tolhe-me o impulso de sinceridade e acirra-me a vontade de o defrontar. Sei que só um objectivo o move na vida: o poder. Que por ele de tudo é capaz, diga o que disser, pareça o que pareça. Ora nesse desejo obstinado de mando, de domínio, vejo, não sei porquê, potencialmente comprometida a minha liberdade. E retraio-me. É como se o soubesse caladamente armado contra mim."