Nos 45 anos de carreira, chegou a vez da SESTA, homenagear o Homem, o Fadista e o Amigo.
Desta feita e como ele, é um homem que gosta de experimentar, chamo a vossa atenção para um, fado lindíssimo, com poema de Manuela de Freitas e Música de José Mário Branco.
Quanto ao experimentalismo, esse, tem a ver com o acompanhamento de Carlos Bica, no Contra-Baixo.
Aqui à tempos, a minha comprovinciana AB, solicitou-me uma receita da "MIGAS GATAS".
Publico hoje uma receita, muito simples, tal como é feita aqui na minha casa, assim:
Como fazer Migas gatas com bacalhau
1
Coza o bacalhau durante 10 minutos em lume brando. Tire-lhe a pele e as espinhas e desfie-o. Reserve a água da cozedura. Corte o pão aos pedaços. Descasque e pique os alhos.
2
Numa terrina coloque o pão e o bacalhau. Por cima ponha os alhos e o sal. Regue com o azeite, o vinagre e a água a ferver onde cozeu o bacalhau, para embeber o pão. Tape a terrina durante 5 minutos.
3
Passado esse tempo, escorra o excesso de água, migue (bata) com colher de pau e sirva.
Ainda por causa dos alhos chineses, que hoje utilizei na minha açorda, volto à liça, para falar de agricultura e dizer do meu enorme contentamento de ver que o progresso e bem estar de um povo se faz, produzindo.
Tudo isto se casa com uma notícia que me chegou de Moçambique, país a que me ligam laços de eterna simpatia e que diz o seguinte:
A PRODUÇÃO de trigo no país vai atingir resultados encorajadores, esperando-se resultados que se situam acima das três mil toneladas, de acordo com estudos de campo realizados nas províncias de Manica e Tete. Esta produção enquadra-se acima das previsões iniciais do Ministério da Agricultura, que, para o efeito, investiu na semente e na capacitação dos produtores para que possam fazer melhor aproveitamento das potencialidades existentes, bem como da oportunidade derivada da alta de preços no mercado internacional.
Maputo, Segunda-Feira, 17 de Novembro de 2008:: Notícias
O relançamento da produção de trigo foi feito na época fresca, na expectativa de colher pelo menos três mil toneladas, e é a primeira campanha com forte intervenção do Governo, que para o efeito alocou 150 toneladas de semente melhorada da variedade Nduna, introduzida nas províncias de Manica e Tete depois de muito tempo sem produção significativa de trigo no país. Por isso mesmo o Instituto de Investigação Agrária está a trabalhar com nove variedades para identificar a que melhor se adapta às diferentes realidades agro-ecológicas.
Os esforços governamentais estão direccionados para a redução da excessiva dependência de importações de cereais, que estão situadas em 316 mil toneladas para o arroz e 469 mil de trigo. As necessidades de consumo de arroz e trigo no país estão estimadas em 539 mil e 472 toneladas, respectivamente. Os resultados esperados constituem, deste modo, menos que um por cento do défice. Entretanto, com os actuais preços do trigo no mercado internacional, há motivação da parte dos agricultores e espera-se ter mais produtores familiares e também comerciais a intervirem na próxima campanha.
Nuvunga disse que para capacitar os produtores na colheita foram disponibilizados 60 mil sacos e 20 mil foices que estão a ser distribuídos em Tete, Manica e Gaza. Por outro lado, foram colocados silos móveis nos locais de compra em Manica e Tete, em parceria com uma empresa que se compromete a fazer a comercialização.
O preço de referência acordado para a compra do trigo é de oito meticais o quilograma, contra dez praticado pelos malawianos. Com os progressos assinalados na reconstrução da linha de Sena, espera-se que a partir da próxima campanha o trigo e outros produtos do planalto (Tsangano e Angónia) sejam escoados para a Beira a partir de Moatize, reduzindo substancialmente os custos de transporte.
A par da comercialização do trigo, o Governo tem as atenções viradas também para a aquisição de semente para a próxima campanha. Está a ser negociada a aquisição de 1160 toneladas a serem disponibilizadas aos produtores. Esta importação está a ser feita assumindo-se que, apesar do intenso trabalho de investigação em curso, nas próximas campanhas o país ainda precisará de usar semente do Zimbabwe.
Será que por cá o Sócrates e a sua gente, não põem o olho nisto?
Todos nós temos uma vaga ideia do que é uma açorda, mas a açorda de que eu falo é a açorda alentejana, resultante do aproveitamento de pão duro e da água proveniente da cozedura de um peixe, de preferência, uma postinha de pescada ou de um rabo de bacalhau.
Far-se-á, sensilvelmente assim:
Coza a posta de pescada ou o rabo do bacalhau, (pode juntar uma posta para dar mais substancia). Coe e reserve tapado e quente. Numa tigela colocar 2 ou 3 dentes de alho esmagados, um ramo pequeno de coentros e um fio de azeite. Verter a água do bacalhau a ferver e tapar. Deixar abafado até servir, mas tem de estar quente. Em tigelas colocar no fundo fatias de pão caseiro, deitar o caldo a ferver, e umas lascas de pescada ou do bacalhau.
Pode fazer-se também, só com água em que previamente se escalfou um ovo e então, ficará com este aspecto.
Servir.
Sem querer fazer crescer a água na boca, será este o meu almoço.