Palavras com "tempo" determinado, contudo a época eleitoral que se avizinha, levou-me a acordar da "sesta" e a dá-la, aqui.
Ouçam-na, e tirem as vossas conclusões.
fotograma verdade, fotograma mentira
talvez eu tenha sido um dos deserdados
das vinhas da ira
talvez teu amante em Hiroshima
ou marinheiro do couraçado potenkine
quem sabe
ou apenas escravo inútil de deuses de plástico
de heróis de cartolina
ó gelsomina
ó gelsomina (buon giorno maestro!...)
por ti vou cavalgar a vertingem
dos 7 samurais
o sortilégio é possível
mesmo se há lôdo no cais
agora através da janela indiscreta
cai um denso nevoeiro sobre o aeroporto da Casablanca
cravei um cigarro ao Bogey
a Ingrid Bergman nem deu por mim, que pena...
(play it again, Sam)
olho à volta deste mágico terreiro de ilusões
apenas vejo a sede que existe
no olhar triste dos vilões
(não sei porquê... coisas da fita)
ah! la dolce vita
buon giorno maestro!...
mudança de filtro: noite americana
rebeldes em causa em fugas sem rumo
cavaleiros do asfalto em busca de um deus possível
um sax na noite
talvez seja o De Niro na luz breve
dum qualquer candeeiro
o olhar perdido
de toiro enraivecido
e a noite a desvendar
os helicópteros do apocalipse
as valquirias do medo
nesta sala escura, meu segredo
oh dama de Xangai deixa-me embarcar
no teu veleiro
no teu canto traiçoeiro
comédia de enganos, lanterna mágica, jogo
d'espelhos
eu quero percorrer esse tempo de luz e de sombra
imaginário mundo
com o coração a bater a 24 imagens por segundo
José Medeiros
Sei que sou suspeito, dada a afinidade que, com ele, tenho, mas não posso deixar de referir a noite de 26 de Agosto, na Praça do Município, em Ponta Delgada.
Zeca Medeiros, foi o convidado para a última "Noite de Prestígio", deste ano.
Eram 22h00 quando o espectáculo começou e, do Zeca, não se pode esperar só música, ele é o "preformer" total, pois não sabe cantar sem representar, dado que o actor e o autor confundem-se plenamente.
Dizia eu que o espectáculo tinha começado. Entretanto, iniciava-se a segunda composição, quando a chuva decidiu, também, participar.
Num espectáculo ao ar livre, fácil é perceber o que aconteceu, uns minutos de estoicismo, assumidos por TODOS, com a chuva a cair, os plásticos a começarem a cobrir as aparelhagens, até que, foi absolutamente impossível continuar. Vamos aguardar, foi o pedido e, S. Pedro, passado um bom quarto de hora, começou a atender as súplicas de todos quantos, encostados à ombreiras dos prédios circunvizinhos, aguardavam que assim fosse.
Passada a chuva, depois dos músicos terem limpado convenientemente os seus instrumentos, verificados todos os sistemas de som e de luz, ocupadas as cadeiras, cuidadosamente limpas com os lenços de papel, de cada um, eis que recomeça a cena, sem que ninguém tenha arredado pé.
Depois foi o espectáculo, com o retorno a temas como os dos "Xailes Negros" e de todos os outros álbuns, já editados, como, "Cinefilias e Outras Incertezas" e "Torna Viagem" e por fim, algumas novas composições que irão aparecer, tão breve quanto possível.
Para além do Zeca, tivemos músicos como o Gil Alves, o Mike Ross, o Paulo Borges, o Carlos Frazão, o Maninho, O Moniz Correia, o Rafael Fraga e o Álvaro Pimentel e as vozes da, Filipa Pais, da Marta Pereira e da Pilar Silvestre, tendo o som estado ao cuidado do Raúl Resendes.
Noite memorável, de chuva de "ESTRELAS", que acabou com a aparição, sempre oportuna dos, "Bora Lá Tocar".
1 galo
1/4 de toucinho de porco preto
0,5 dl de azeite
1 kl de batatas
2 cebolas
3 dentes de alho
cravinho
1 pitada de colorau
vinho tinto q.b.
1 folha de louro
1 ramo de salsa
meia dúzia de grãos de pimenta
sal
pão para sopas
COMO FAZER
Arranje o galo e parta-o em bocados, guardando igualmente os miúdos. Num tacho de barro deite o azeite e frite ligeiramente o toucinho que entretanto cortou em tiras finas. Junte o resto dos ingredientes, picando a cebola e o alho e misture-os bem com uma colher de pau. Adicione o vinhoe deixe ferver ligeiramente. Deite os bocados de galo com os miúdos. Deixe cozer lentamente em lume brando e acrescentando água, sempre que necessário (ou só vinho). No momento oportuno da cozedura (tenha em atenção o tempo de cozedura da carne de galo), deite as batatas partidas aos cubos. Rectifique os temperos.
Sirva vertendo o caldo para uma terrina onde previamente aconchegou o pão, devidamente fatiado. Em travessa à parte, sirva a carne e as batatas.
Chegaram ontem os nossos atletas, do Campeonato do Mundo de Atletismo, que se disputou em Berlim.
Apreciei, sobretudo, as declarações do Nélson Évora, ao constatar que apesar da medalha ganha e da melhor classificação, de sempre, em termos "COLECTIVOS", bem demonstrativo do trabalho efectuado, foram recebidos, senão com indiferença, porque os indefectíveis estão sempre e/ou acompanham à distância, mas com um sorriso amarelo daqueles que, não enganam.
É triste, que assim seja, pois eles tudo fizeram, como bem demonstrou a nossa outra campeã, a Naide Gomes, acontece que a "marca", não saíu mas o seu concurso foi irrepreensível, sempre dentro da mesma linha de resultados e um único nulo.
Quero deixar-lhe aqui uma grande força, para que continue a trabalhar com o mesmo afinco e empenho, que sempre dedicou à causa, porque os bons resultados e acima de tudo as boas prestações, são o orgulho de todos nós.
Uma chamada de atenção pertinente:
- Para os que conhecem, lembrarem e para os que não conhecem, contactarem..., e, se possível, gostarem, também!
Hoje, deixo-vos com um pintor que me é muito chegado...
Paisagem, óleo s/ tela, 40x30, 2004
Paisagem, óleo s/ tela, 45x50, 2006
Poema da Auto-estrada
Voando vai para a praia
Leonor na estrada preta.
Vai na brasa, de lambreta.
Leva calções de pirata,
Vermelho de alizarina,
modelando a coxa fina
de impaciente nervura.
Como guache lustroso,
amarelo de indantreno,
blusinha de terileno
desfraldada na cintura.
Fuge, fuge, Leonoreta.
Vai na brasa, de lambreta.
Agarrada ao companheiro
na volúpia da escapada
pincha no banco traseiro
em cada volta da estrada.
Grita de medo fingido,
que o receio não é com ela,
mas por amor e cautela
abraça-o pela cintura.
Vai ditosa, e bem segura.
Como um rasgão na paisagem
corta a lambreta afiada,
engole as bermas da estrada
e a rumorosa folhagem.
Urrando, estremece a terra,
bramir de rinoceronte,
enfia pelo horizonte
como um punhal que se enterra.
Tudo foge à sua volta,
o céu, as nuvens, as casas,
e com os bramidos que solta
lembra um demónio com asas.
Na confusão dos sentidos
já nem percebe, Leonor,
se o que lhe chega aos ouvidos
são ecos de amor perdidos
se os rugidos do motor.
Fuge, fuge, Leonoreta.
Vai na brasa, de lambreta.
António Gedeão, in 'Máquina de Fogo'
Tem estado um dia de calor(?), 24º mas uma humidade a rondar os 80%. Agora, de repente, começou a chuviscar. É assim o tempo por cá, "Quatro Estações, no Mesmo Dia"!
Quanto ao repasto, hoje vou dedicar este espaço, às entradas ou, como eu gosto de dizer, aos "petiscos".
Espero que gostem e que aproveitem.
Peixinhos da Horta
Ingredientes:
Para 4 pessoas
Para o polme:
Confecção:
Retiram-se as pontas e os fios ao feijão verde e coze-se em água temperada com sal.
Deita-se a farinha num recipiente e dissolve-se com água suficiente para obter um polme nem muito líquido nem muito espesso.
Adiciona-se o ovo e a cebola muito bem picada e tempera-se com sal e pimenta.
Passam-se as vagens de feijão, duas a duas, pelo polme e fritam-se em óleo bem quente, até estarem douradas.
Escorrem-se sobre papel absorvente.
Pataniscas de Bacalhau
Ingredientes:
Para 4 pessoas
Confecção:
Põe-se o bacalhau de molho de um dia para o outro. Tira-se-lhe a pele e as espinhas e faz-se em lascas ou corta-se em filetes pequenos. Põem-se as lascas ou os filetes a marinar durante 2 horas num pouco de leite e limão.
À parte, prepara-se um polme espesso com a farinha, o ovo inteiro, sal e pimenta, a cebola e salsa picadas, o azeite e água necessária.
Se o bacalhau tiver sido feito em lascas, deitam-se estas no polme e fritam-se em óleo bem quente colheradas do conjunto preparado. Tratando-se de filetes, cada filete será passado pelo polme e frito depois.
Depois de fritos e de bem escorridos sobre papel absorvente, polvilham-se as pataniscas com sal fino.
Acompanham-se geralmente com salada de feijão frade.
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