Segunda-feira, 19 de Novembro de 2007
Dormi mal.
Não se me apagam da memória as imagens, que ontem nos chegaram de Espanha.
Terá Chavez, razão?
A manifestação dos "fascistas", espanhóis ontem em Madrid e os desacatos em Barcelona promovidos, por grupos de saudosos de um passado recetíssimo, fazem-me mal.
Depois por cá, os tiques autoritários deste governo e das polícias que tutela, também não são de modo a que nos aquietemos, sem dizer nada.
Vem-me à memória um poema de Manuel Bandeira, poeta maior da língua portuguesa, oriundo do Brasil, que nos deixou uma obra relevante.
NO VOSSO E NO MEU CORAÇÃO
Espanha no coração
No coração de Neruda
No vosso e em meu coração,
Espanha da Liberdade,
Não a Espanha da opressão.
Espanha Repúblicana:
A Espanha de Franco não.
Velha Espanha de Pelayo,
Do Cid, do Grã Capitão.
Espanha de honra e verdade
Não a Espanha da traição!
Espanha de Liberdade;
A Espanha de Franco, não!
Espanha Republicana,
Noiva da Revolução.
Espanha actual de Picasso
De Casals, da Lorca, irmão
Assassinado em Granada!
De Pablo Neruda, Espanha
Do vosso e em meu coração!
Espanha da Liberdade
A Espanha de Franco, NÃO.
Tens toda a razão, é mesmo por aqui que se faz a união dos povos lusófonos, com o Mundo, é pela língua. Só me doi o coração é ver o tratamento que bandalhos como o Bush, se refere ao ensino do português nos EUA. Veremos se o amigo, dele, Sócrates, consegue tirar umas parcas verbas para lutar contra esta adversidade. Relativamente ao escrito, não podia deixar passar, dada a benevolência para com os fascistas, que estes governos, ditos democráticos, como o nosso e o dos nossos vizinhos, tratam quem os oprimiu, durante meio século.
De
emiele a 19 de Novembro de 2007 às 20:40
Belíssimo poema. E completamente oportuno! Imagina-se muito bem uma voz sonante como a do Ari dos Santos a dizê-los.
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