Dormi mal. Não se me apagam da memória as imagens, que ontem nos chegaram de Espanha. Terá Chavez, razão? A manifestação dos "fascistas", espanhóis ontem em Madrid e os desacatos em Barcelona promovidos, por grupos de saudosos de um passado recetíssimo, fazem-me mal. Depois por cá, os tiques autoritários deste governo e das polícias que tutela, também não são de modo a que nos aquietemos, sem dizer nada. Vem-me à memória um poema de Manuel Bandeira, poeta maior da língua portuguesa, oriundo do Brasil, que nos deixou uma obra relevante.
NO VOSSO E NO MEU CORAÇÃO
Espanha no coração No coração de Neruda No vosso e em meu coração, Espanha da Liberdade, Não a Espanha da opressão.
Espanha Repúblicana: A Espanha de Franco não. Velha Espanha de Pelayo, Do Cid, do Grã Capitão. Espanha de honra e verdade Não a Espanha da traição! Espanha de Liberdade; A Espanha de Franco, não! Espanha Republicana, Noiva da Revolução. Espanha actual de Picasso De Casals, da Lorca, irmão Assassinado em Granada! De Pablo Neruda, Espanha Do vosso e em meu coração! Espanha da Liberdade A Espanha de Franco, NÃO.